ÁREA DE ATUAÇÃO

Doença diverticular de Cólon

Divertículo é uma cavidade em forma de dedo ou bolsa que se forma na parede dum órgão oco. Os divertículos podem existir no cólon, no esófago, no duodeno e,  mais raramente, no intestino delgado e no estômago.
 
Cerca de 50% da população europeia com mais de 50 anos tem divertículos do cólon. É  um situação que geralmente não dá origem a sintomas e por isso se prefere a denominação diverticulose em vez de doença diverticular para retirar a esta entidade a noção de doença. 
 
Porque aparecem os divertículos?
 
A razão porque são frequentes os divertículos do cólon, sobretudo na região sigmóide do cólon, depois dos 50 anos de idade, nas pessoas dos países industrializados, não está esclarecida mas, tem-se atribuído o aparecimento dos divertículos aos hábitos alimentares onde a fibra é escassa. Os alimentos mais refinados, sem verduras, sem farelo, que as populações dos países ricos foram introduzindo nos seus hábitos alimentares são muito provavelmente a causa principal do aparecimento dos divertículos. Na Ásia e na África, onde a população faz uma alimentação rica em fibra os divertículos são raros. Pensa-se que o aumento de pressão no cólon, necessária para fazer a propulsão de um  volume de fezes, mais pequeno, leva à formação dos divertículos.  
 
Quais os sintomas da diverticulose?
 
Muitas vezes é assintomática ou então é acompanhada de prisão de ventre e dor abdominal. Os divertículos são uma possível causa de perda de sangue. Se os divertículos se inflamam dão origem a  uma diverticulite causam além de dor intensa e diarreia, perda de sangue pelo ânus e febre. A perfuração dum divertículo com formação dum abcesso ou originando uma peritonite, são complicações, pouco frequentes, mas possíveis da doença diverticular. A obstrução do intestino como consequência duma doença diverticular é uma complicação rara mas possível.
 
Como se diagnostica?
 
O Clister opaco foi durante décadas o meio de diagnóstico da diverticulose e ainda hoje se utiliza mas, a pouco e pouco vai sendo substituído pelos exames endoscópicos: fibrossigmoidoscopia  e colonoscopia. A tomografia axial computorizada – TAC – pode ser útil no estudo das complicações da doença diverticular. 
 
Tratamento:
Se não houver sintomas o médico limita-se a recomendar uma dieta rica em fibra e sossega o doente sobre a benignidade da situação. As complicações não são frequentes e o prognóstico é bom. Se há obstipação e dor além da dieta rica em fibra o médico recomenda um laxantes de volume. 
Nas crises de diverticulite o médico receita antibióticos.
A cirurgia de urgência é necessária nos casos de perfuração ou hemorragia grave.  Se repetidas crise de diverticulite causarem uma obstrução do intestino pode haver necessidade de o cirurgião fazer uma colectomia para retirar a zona obstruída.

CÂNCER COLORRETAL

Doença de Crohn

A doença de Crohn é uma doença crónica inflamatória intestinal, que atinge geralmente o íleo e o cólon (mas pode afectar qualquer parte do tracto gastrointestinal). Muitos danos são causados por células imunológicas que atacam uma ou mais partes dos tecidos do tubo digestivo, mas não há certeza de etiologia autoimune. Os sintomas e tratamentos dependem do doente, mas é comum haver dor abdominal, diarreia, perda de peso e febre. Actualmente não há cura para esta doença, no entanto os tratamentos permitem alívio dos sintomas e melhoria de qualidade de vida.

A doença de Crohn é uma das principais doenças inflamatórias intestinais. A outra é a colite ulcerosa, que difere em vários detalhes. Muitos acreditam que a doença de Crohn e a Colite ulcerosa são duas manifestações extremas de um mesma patologia intestinal subjacente.

Retocolite ulcerativa

Retocolite ulcerativa inespecífica é uma das moléstias inflamatórias que acometem o intestino. Seus sintomas são semelhantes aos de outras moléstias do aparelho digestivo. Não se conhece a causa da retocolite ulcerativa, mas fatores genéticos e auto-imunes estão envolvidos no seu aparecimento. 
A inflamação da retocolite ulcerativa inespecífica é superficial, crônica e exuberante. Atinge exclusivamente a mucosa que reveste o intestino grosso e provoca lesões contínuas nas áreas em que se manifesta. A extensão e as características das lesões determinam a gravidade do quadro. 
A retocolite ulcerativa pode ter manifestações extra-intestinais como dores articulares, eritema nodoso, pioderma gangrenoso (feridas que vão ficando pretas, com infecção e pus, e exigem tratamento agressivo) e, mais raramente, alterações oculares e hepáticas. 


Sintomas

Os principais sintomas são sangramento e diarréia com cólicas, sangue, muco e, eventualmente, com pus se houver infecção. As crises de diarréia são persistentes, ocorrem durante o dia e também à noite e de madrugada. Depois das refeições, o reflexo para evacuar é intenso. Por isso, muitos pacientes preferem não comer e acabam emagrecendo. 
Diagnóstico

O diagnóstico é feito por via endoscópica. O exame consiste na introdução de um tubo rígido no reto que permite definir a presença ou não da retocolite. Outro exame importante é a colonoscopia que deixa ver todo o intestino grosso até sua junção com o intestino delgado. 
Exames de sangue são úteis para detectar os seguintes distúrbios associados à retocolite ulcerativa inespecífica: 
1)    anemia e deficiência de ferro por causa do sangramento; 
2)    carência de albumina, proteína que se perde por causa da ferida no intestino e da produção intensa de muco. 
Os exames de hemossedimentação e da proteína C-reativa ajudam a fechar o diagnóstico e o marcador sorológico ANCA auxilia nos casos em que o diagnóstico diferencial é necessário. 
A retocolite ulcerativa pode evoluir para quadros graves, com sangramento volumoso de difícil controle. São casos são mais raros, que exigem internação hospitalar para repor sangue e introduzir medicação endovenosa. 
Outra complicação é o megacólon tóxico, inflamação acompanhada de infecção grave que pode atingir a corrente sangüínea e causar septicemia. 
A incidência de pancolite ou colite universal por tempo prolongado aumenta a probabilidade de câncer de intestino. 

Tratamento 
O tratamento da retocolite ulcerativa tem dois objetivos básicos: tirar o indivíduo da crise e mantê-lo em remissão. A forma clássica recomenda o uso de sulfa e de seus derivados. Quando tais medicamentos não apresentam bons resultados, os corticóides atuam com rapidez e eficiência na forma aguda da doença. 
Para os pacientes que não respondem ao tratamento convencional ou se tornam dependentes da cortisona, os imunossupressores representam um recurso importante. 
Nos casos de megacólon tóxico é fundamental a prescrição de antibióticos.

Recomendações
• Procure imediatamente assistência médica, se tiver sangramento intestinal ou crises persistentes de diarréia; 
• Não coma alimentos que contenham fibras insolúveis (cascas de frutas, verduras, etc.) para não estimular o intestino e agravar as crises de diarréia; 
• Reduza ao máximo a ingestão de condimentos picantes; 
• Evite leite e derivados que podem aumentar a fermentação intestinal; 
• Não beba bebidas fermentadas, como vinho, cerveja e champanhe. Os destilados estão liberados, mas não abuse deles. 

Retites Actônicas

Pólipos Colorretais

Introdução
Os pólipos do cólon (intestino grosso) são pequenos tumores que crescem dentro do intestino grosso. Alguns pólipos têm forma de cogumelo – protrusões no topo de um “talo”. Outros se parecem com inchaços que permanecem planos na parede intestinal (como verrugas).

Há vários tipos de pólipos. A maioria deles não é cancerosa (são benignos), mas um tipo, o Pólipo Adenomatoso, está associado a mudanças no DNA (chamadas mutações) das células do revestimento do cólon. Estas mutações podem progredir para o câncer de cólon. Quanto maior o pólipo, maior a chance dele conter células cancerosas. Para um pólipo maior que 1,5 cm de diâmetro, há uma chance de 10% dele ser canceroso. Pólipos planos são mais prováveis de se tornar cancerosos que os pólipos em forma de cogumelo.

Ninguém sabe exatamente o que causa estes crescimentos, embora algumas pessoas nasçam com uma tendência genética de desenvolver pólipos múltiplos. Condições hereditárias como a Polipose Adenomatosa Familiar e a Síndrome de Gardner podem levar ao crescimento de centenas de pólipos no cólon e no reto. Sem cirurgia para remover o segmento de cólon afetado, é quase certo que pelo menos um destes pólipos se transforme em câncer após uma certa idade. Estas duas condições são raras. A maioria dos adultos tem pouco risco de desenvolver pólipos após os 40 anos.

Quadro Clínico
Na maioria das vezes, os pacientes não sabem que têm pólipos de cólon porque não há nenhum sintoma. Pólipos maiores podem sangrar, levando à eliminação de sangue nas fezes. Às vezes, pólipos sangrantes podem causar cansaço e outros sintomas de anemia (baixos níveis de células vermelhas do sangue). Ocasionalmente, os pólipos podem tornar-se tão grandes que bloqueiam o intestino ou, raramente, causam diarréia.

Diagnóstico
O médico pode usar um ou mais dos seguintes exames para determinar se o paciente tem pólipos de cólon:

Toque retal — O médico irá inserir um dedo (com luva) no reto para checar se há crescimentos ou formações anormais. Com isto ele pode descobrir somente pólipos retais na região final do intestino.

Exame de sangue oculto nas fezes — Uma amostra de fezes é examinada para detectar minúsculas quantidades de sangue, uma pista quanto a presença de pólipos.

Sigmoidoscopia — Um tubo fino, iluminado conectado a uma câmera de vídeo é inserido no cólon através do ânus, permitindo ao médico examinar a parte final dos intestinos à procura de pólipos. Pólipos pequenos podem ser removidos por essa via.

Colonoscopia — Uma versão mais longa e flexível do instrumento usado na sigmoidoscopia é usado para ver toda a extensão do cólon. Este é o único exame que analisa todas as áreas onde os cânceres podem crescer. Pólipos pequenos também podem ser removidos por este meio.

Enema Opaco — Um líquido contendo bário (contraste) é injetado no cólon pelo reto, e então são feitas imagens de Radiografia dos intestinos. Também pode ser inserido ar para dilatar o cólon e permitir uma melhor visualização.

Prevenção
O perigo dos pólipos é que eles são a fonte causadora da maioria dos casos de câncer de cólon. Pode-se diminuir as chances de desenvolver pólipos cancerosos dos seguintes modos:

â—ÂÂ�         Aumentar o consumo de frutas, legumes e grãos inteiros.

â—ÂÂ�         Limitar a ingesta de comidas com alto teor de gordura animal.

â—ÂÂ�         Fazer 30 minutos de exercício físico, pelo menos na maioria dos dias.

â—ÂÂ�         Manter um peso saudável. Gorduras extras, especialmente ao redor da cintura alteram o metabolismo e aumenta as chances de desenvolver câncer de cólon e de reto.

Além disso, evidências sugerem também que tomar as seguintes medidas possa reduzir o risco de câncer de cólon:

v      Tomar um polivitamínico diariamente – O Ácido Fólico extra contido nos polivitamínicos pode ser a chave.

v      Aumentar o consumo de cálcio – Você pode fazer isto comendo ou bebendo produtos derivados do leite, com baixo teor de gordura ou tomando suplementos de cálcio orientados por um médico.

v      Tomar aspirina e outros antiinflamatórios – Em vários estudos, pessoas que usam aspirina ou outro antiinflamatório não esteroidal (AINS) numa base regular tem uma chance 40 a 50% mais baixa de desenvolver pólipos adenomatosos ou câncer colo-retal. Por causa dos efeitos colaterais destes remédios, não é aconselhável tomá-los diariamente só para prevenir o câncer de cólon se não houver fatores de risco importantes.

v      Usar terapia de reposição hormonal (TRH) – Embora o risco de câncer de cólon possa ser reduzido para aproximadamente 30 a 40% nas mulheres que ingerem estrogênio na menopausa, a mulher que considera esta opção deve discuti-la com seu médico por causa de pesquisa recentes falando sobre as conseqüências a longo prazo do uso da TRH, inclusive o risco aumentado de ataque do coração e de derrame cerebral.

v      Deixar de fumar. Fumar aumenta o risco de câncer de cólon.

Como o risco de câncer de cólon aumenta com a idade, as pessoas acima dos 50 anos de idade devem fazer um Exame de Sangue Oculto nas Fezes e uma Sigmoidoscopia Flexível a cada cinco anos. Alternativamente, o médico pode recomendar uma colonoscopia a cada 10 anos. Se o paciente tiver uma condição hereditária que predisponha ao crescimento dos pólipos do intestino grosso, ele deve começar a fazer estes exames já na puberdade. Este paciente em especial também pode querer considerar a remoção completa do cólon porque há uma probabilidade alta de câncer de cólon após os 40 anos de idade. Se você optar por não fazer a cirurgia para remover todo o intestino grosso, você deve fazer uma Sigmoidoscopia ou uma Colonoscopia a cada um ou dois anos.

Tratamento
Os pólipos são retirados através de cirurgia. Freqüentemente, o médico pode remover os pólipos durante uma colonoscopia, quando eles são pequenos. Isto é feito cortando-se o pólipo da parede interna do cólon usando um bisturi elétrico pelo aparelho de colonoscopia. Às vezes, a cirurgia aberta através do abdome (laparotomia) é necessária para remover pólipos maiores. Para pólipos cancerosos, o tecido circunvizinho ou um segmento do cólon terão indicação de serem removidos.

Qual médico procurar?
Você deve pedir aconselhamento médico imediato se você tiver uma hemorragia por via retal. Você também deve marcar uma consulta com um Cirurgião Geral ou Gastroenterologista para fazer exames de cólon de rotina depois dos 50 anos de idade. Pessoas com uma história familiar de câncer de cólon, polipose adenomatosa familiar, ou de Síndrome de Gardner devem começar a fazer exames mais cedo.

Prognóstico
Embora calcula-se que 30% das pessoas de meia-idade ou mais velhas tenham pólipos do cólon, menos de 1% de todos os pólipos irão se tornar cânceres. Para pessoas que diagnosticam e tratam o câncer de cólon precocemente, a taxa de sobrevida de 5 anos é de 90%. Se o câncer alcançou os linfonodos (ínguas), a chance da sobrevida cai para 65%. Quando o câncer se espalhou para órgãos distantes do corpo, como o fígado ou os ossos, a probabilidade de viver por 5 anos cai para 8%.

Tumores do intestino grosso

Tumores benignos

   No intestino grosso, podem-se desenvolver inúmeros tipos de tumores benignos, embora sejam, na sua maioria, adenomas, originados a partir da capa mucosa que cobre a parede interna do tubo digestivo. Costumam crescer no interior do intestino e adotam a aparência típica de um pólipo, ou seja, uma massa tumoral unida à parede intestinal mediante um pedícutlo ou podem ser todo aderido ao intestino e são chamados pólipos sésseis 
 
   Diferenciam-se duas variedades: os pólipos adenomatosos (90% do total), que se caracterizam pela grande quantidade de glândulas mucosas e pela sua superfície lisa e brilhante, tendo um crescimento lento e alcançando um tamanho moderado de poucos centímetros de diâmetro; e os pólipos vilosos, que, por sua vez, apresentam poucas glândulas e uma superfície rugosa, tendo um crescimento um pouco mais rápido e alcançando entre 6 a 10 cm de diâmetro.
 
   Tanto se pode formar um único pólipo, como se podem desenvolver muitos, em alguns casos, dezenas ou até centenas, localizados em qualquer parte do intestino grosso, apesar de existirem com maior frequência no cólon sigmóide ou no recto. Geralmente, e uma vez formados, os pólipos benignos tendem a manter-se estáveis, não causando graves repercussões. Porém, com o passar do tempo, existe a possibilidade de sofrerem um processo de malignização, transformando-se, assim, em verdadeiros cancros: este fenómeno ocorre com cerca de 5 a 10% dos pólipos adenomatosos e com cerca de 40% dos pólipos vilosos.
 
Tumores malignos

   Diferenciam-se diversos tipos de tumores cancerosos no intestino grosso, segundo a sua natureza e a sua forma de crescimento.
 
   Em relação à natureza, a maioria são adenocarcinomas, originados na capa mucosa, mas também podem ser fibrossarcomas (tecido conjuntivo), lipossarcomas (tecido gordo) e linfomas (tecido linfóide). Segundo a sua forma de crescimento, distinguem-se duas variantes principais: os tumores estenosantes, que começam por formar um anel em redor da parede do intestino, estendendo-se depois progressivamente para o interior do órgão, enquanto se infiltram na parede intestinal; e, por último, os tumores polipóides, que ao crescerem formam uma massa no interior do intestino.
 
Manifestações e evolução

   Os pólipos benignos, habitualmente, não apresentam grandes sintomas, sendo muitas vezes detectados casualmente, através da prática de explorações do intestino grosso por outros motivos. Na maioria dos casos, provocam hemorragias tão pequenas que passam despercebidas, apesar de poderem provocar uma anemia, caso sejam frequentes. Noutros casos, as hemorragias manifestam-se pela presença de coágulos escuros ou de sangue vermelho nas fezes, que também podem conter secreções mucosas.
 
   Caso os pólipos sejam volumosos, podem causar diarreias e dores abdominais, assim como uma frequente e imperiosa necessidade de defecar, caso estejam localizados no recto. Uma outra complicação típica dos pólipos volumosos é a obstrução intestinal, acompanhada de dores abdominais intensas, distensões abdominais, vómitos, ausência de evacuações e gases – nestes casos, é preciso recorrer rapidamente à prática de uma intervenção cirúrgica. Os tumores malignos costumam provocar, ao início, o mesmo género de manifestações. Um dos sinais mais evidentes da sua evolução corresponde a uma alteração do ritmo das evacuações, alternando períodos de obstipação e de diarreia. Outra manifestação habitual é a hemorragia intestinal, que em alguns casos passa despercebida até causar uma anemia, mas noutros evidencia-se devido à presença de sangue nas fezes, mesmo que seja parcialmente coagulada e escura, quando o tumor reside nas primeiras partes do cólon, ou vermelha e brilhante, quando este se localiza no cólon sigmóide ou no recto. Caso não sejam detectados nem tratados a tempo, os tumores malignos provocam, como qualquer cancro, uma grande perda de peso e a deterioração do estado geral.
 
Tratamento

   O principal tratamento dos tumores benignos é a cirurgia – é sempre conveniente removê-los, pois mesmo que não causem grandes sintomas, existe o risco de se tornarem malignos. Às vezes, a extracção do tumor pode realizar-se através de uma endoscopia, nomeadamente quando os pólipos são únicos ou escassos e estão localizados no cólon sigmóide ou no recto, com a utilização de pinças especiais introduzidas através de uma sonda. Caso os tumores sejam numerosos, é preciso aceder ao intestino por via abdominal, de modo a extrair exclusivamente o pólipo e, inclusive, um sector mais ou menos amplo do intestino grosso. O tratamento dos tumores malignos compreende três medidas: cirurgia, radioterapia (aplicação de radiações) e quimioterapia (administração de medicamentos anticancerosos). A estratégia terapêutica varia de caso para caso, segundo a localização e a extensão do tumor. A principal técnica empregue é a cirurgia, quer seja com o propósito da completa eliminação do cancro ou com uma intenção paliativa, sempre que estiver num estado muito avançado, para atenuar os sintomas. Como medida de segurança, por vezes extrai-se um sector mais amplo do intestino, com vista a eliminar os tecidos adjacentes possivelmente invadidos pelas células cancerosas.
 
   Por fim, e para assegurar a continuidade do tubo digestivo, suturam-se os extremos do intestino, excepto nos casos em que o tumor reside no recto, situação em que pode ser preciso ligar o extremo livre do cólon à parede do abdómen (colostomia).

Doença vasculares do ânus, ereto e cólon

Fístulas Anorretais

O que é um abscesso anorretal?

Um abscesso anal é uma coleção de pus sob a pele da região anal ou perianal. Trata-se um processo infeccioso.
É uma afecção caracterizada por significativa dor anal.

O que é uma fístula anorretal?

Uma fístula anorretal representa a evolução do abscesso anorretal. Trata-se da fase crônica da doença.
A fístula anorretal é um trajeto infeccioso persistente que une um orifício externo situado mais comumente na pele da região perianal e um orifício interno situado no interior do reto

Quais as causas do abscesso?

O abscesso é o resultado de uma infecção de origem bacteriana secundária à obstrução do duto de pequenas glândulas produtoras de muco situadas logo acima do ânus.

O motivo pelo qual essas glândulas são primariamente obstruídas não é bem conhecido. As doenças inflamatórias intestinais em especial a doença de Crohn respondem pela origem de uma pequena parcela dos casos.

Diabéticos e alcoolistas estão predispostos.


Por que a fístula aparece?

Não se sabe exatamente. O aparecimento da fístula, considerada a fase crônica do abscesso se segue à drenagem deste. Ocorre em cerca da metade dos casos de abscesso.

Após a drenagem espontânea ou cirúrgica de um abscesso, um trajeto infeccioso persiste entre a glândula que originou a coleção de pus (situada na porção final do reto, dentro do ânus) e o orifício de drenagem.


Quais os sintomas?

Dor anal, febre eventualmente e abaulamento localizado no ^nus são os sintomas de abscesso.

O abaulamento, em alguns casos, não pode ser localizado sem a realização de um exame sob anestesia.

A eliminação de secreção esverdeada ou amarronzada se segue à drenagem do abscesso que pode ser espontânea ou cirúrgica.

Já para a fístula anorretal, a dor é incomum. O paciente com fístula anorretal percebe um orifício situado próximo ao ânus que drena quantidade variável de secreção purulenta. Picos de dor podem preceder a eliminação de uma quantidade maior de pus.

Fístulas reto-vaginais

Cisto pilonidal

Acredita-se que a doença pilonidal é secundária a disposição da pele na região entre as nádegas, ainda no embrião, afirma Dr. Grijalva Costa (Foto: Reprodução) Nos casos mais simples, o cisto pilonidal pode ser curado no prazo de apenas 15 dias.

Cisto pilonidal é o mais comum dos cistos dermóides. Localizado na região sacral (abaixo da região lombar, onde se inicia o sulco entre as nádegas), é quatro vezes mais observado em homens. De acordo com Grijalva Costa, mestre em cirurgia pelo departamento de cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, não existem estatísticas confiáveis sobre a sua prevalência, sendo o seu aparecimento mais corriqueiro em adultos e jovens.

Durante o desenvolvimento embrionário, ainda no ventre da mãe, formam-se dobras de pele que, na maioria das vezes, são eliminadas. Algumas delas, porém, permanecem ´escondidas´ em seu interior. São estas dobras que, ao inflamarem, passam a ser notadas a olho nu e a receber a denominação genérica de cisto dermóide. Conforme Grijalva Costa, acredita-se que a doença pilonidal é secundária a disposição da pele na região entre as nádegas, ainda no embrião.

Por conta deste fato, um microscópio fragmento de pele seria mantido logo abaixo do revestimento cutâneo. Uma vez traumatizado, entretanto, poderia ser facilmente infectado por germes, causando assim, a doença em sua fase mais aguda. Além das causas relacionadas ainda à fase embrionária, outros dois fatores podem favorecer o surgimento do problema, são eles: traumas constantes na região sacral e depilações programadas ou acidentais na região sacral em pacientes com muitos pêlos no corpo.

Entre os principais sintomas estão: dor, calor, vermelhidão na região sacral e febre. Normalmente, pêlos e glândulas sebáceas e sudoríparas são encontradas no interior dos cistos  pilonidais. Por essa razão, toda a situação é agravada com o calor, já que com o aumento considerável da temperatura ambiente, mais suor é produzido e acumulado no interior da pele.

Sobre o tratamento, Grijalva Costa afirma: “O cuidado da doença pilonidal na fase aguda consiste na drenagem do abscesso com anestesia local e o uso de analgésicos e antibióticos”. Neste caso, conforme conta, a recuperação do paciente é rápida e todo o processo é resolvido, geralmente, no prazo de apenas 15 dias.

Se não tratada adequadamente, a enfermidade tende a reaparecer, ficando o paciente sujeito a múltiplas infecções no mesmo local. Atos simples, como sentar ou deitar na posição dorsal passam a ser bastante dolorosos. Para essas pessoas, o ideal é o tratamento cirúrgico definitivo, que consiste na retirada da área acometida seguida da curetagem (raspagem) da parede interna.

De acordo com o médico, a técnica com menor taxa de reaparecimento da doença (apenas 3%) é aquela na qual após a total remoção do cisto, a ferida é deixada aberta para cicatrização. No período de 8 a 12 semanas, a área está completamente sarada. Hoje, no entanto, a maior parte dos cistos são retirados e também fechados cirurgicamente.

Por ser uma doença mais comum em adultos e jovens, com pico de incidência entre os 15 e 24 anos de idade, dificilmente é observada em crianças e idosos. É importante ressaltar ainda que, ao contrário do que se imagina, não há possibilidade do cisto pilonidal infectado atingir a medula espinhal.

Uma das curiosidades sobre a enfermidade é a de que, durante a Segunda Grande Guerra Mundial, o problema era conhecido pela denominação de “doença do Jeep”. Tudo isso pelo fato dos mais acometidos serem os soldados que permaneciam horas sentados nos veículos. Cistos Pilonidais

Doenças infecto-contagiosas intestinais

Hemorragias digestivas

Prolapso Retal

Retoceles

Cirurgias do Ânus, Reto e Cólon